terça-feira, 19 de março de 2013

ATIVIDADES COMPLEMENTARES 2013 - PEDAGOGIA E LETRAS UNISUZ

EDUCAR PARA A SUSTENTABILIDADE

Um dos temas que mais preocupa nossa geração é a SUSTENTABILIDADE. Não só quando pensamos em nosso futuro, mas nas novas gerações, sobre as quais haverá um impacto ainda maior se não começarmos a mudar  a realidade que hoje vivemos.

 Mas será que todos sabemos exatamente o que esse termo significa? Neste semestre letivo, nossa discussão do blog trará algumas informações sobre este tema tão relevante para nós, educadores. Você encontrará nessa postagem vários itens que fomentarão nossa discussão: uma citação do autor Boaventura de Sousa Santos, um artigo publicado na Revista Aprendizagem e um vídeo da Ong SWU, que explica didaticamente o conceito.

 Após as leituras, discuta com seus colegas sobre nosso papel, enquanto educadores  e cidadãos, no estabelecimento de novos hábitos e atitudes que possam nos direcionar com nossos alunos para uma vida mais sustentável, em harmonia com o mundo em que vivemos.


                "A nova dignidade da natureza mais se consolidou quando se verificou que o desenvolvimento tecnológico desordenado nos tinha separado da natureza em vez de nos unir a ela e que a exploração da natureza tinha sido o veículo da exploração do homem. [...] A concepção humanística das ciências sociais enquanto agente catalisador da progressiva fusão das ciências naturais e ciências sociais coloca a pessoa, enquanto autor e sujeito do mundo, no centro do conhecimento, mas, ao contrário das humanidades tradicionais, coloca o que hoje designamos por natureza no centro da pessoa. Não há natureza humana porque toda a natureza é humana." (Boaventura de Sousa Santos)





REVISTA APRENDIZAGEM: A ESCOLA E A SUSTENTABILIDADE


 “Ele ensinava sem conversa, pela sua atitude por inteiro, a respeitar os    pequenos, entre os quais se enxergava (...)” Pierre Bourdieu


A questão ambiental na escola, ou fora dela, deve ser abordada para além dos conhecimentos técnicos, com um enfoque humanista, social e político. Isso para que o meio ambiente seja concebido em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural.
Em junho de 1992, um documento de enorme relevância para a Educação Ambiental foi aprovado pela comunidade Internacional. Denominado Agenda 21, ele continha compromissos para mudança do padrão de desenvolvimento no século 21. O Capítulo 36 foi dedicado à promoção de ensino, da conscientização e do treinamento, reorientando a educação no sentido do desenvolvimento sustentável. Em consonância com isso, o documento procurava conferir consciência ambiental e ética, valores e atitudes, técnicas e comportamentos, favorecendo a participação pública nas tomadas de decisão.
A lei 9.795, a qual institui a Política Nacional de Educação Ambiental, recomenda que a “dimensão ambiental deverá constar nos currículos de formação de professores em todos os níveis e em todas as disciplinas. Assim como os professores em atividade deverão receber formação complementar em suas áreas de atuação.” Mas sabemos que não existe nenhuma lei capaz de alterar a realidade. Talvez, por isso, a epígrafe do Módulo 4 do “Guia do Formador nos Parâmetros em Ação (5ª a 8ª série)” seja a frase de Anne Robert Turgot: “ o problema essencial da educação é dar o exemplo”.
O conceito de sustentabilidade foi utilizado pela primeira vez em 1713, por Carlowitz. Ele afirmava que “ a natureza deve ser obrigatoriamente utilizada com base nas suas características naturais para o bem-estar da população, manejada e conservada com cuidado e com a responsabilidade de deixar um bom legado para as futuras gerações.”
Hoje, tal conceito não fica restrito à área ambiental, tendo sido incorporado por outros setores, tais como o político e o econômico. Deve ser entendido como a administração dos recursos ambientais, com o objetivo de conservá-los, garantindo que as gerações futuras encontrem suas necessidades de sobrevivência no local onde vivem. Porém, apesar de toda essa abrangência, quanto mais se fala sobre meio ambiente, menos se faz. Ficamos no discurso. Esquecemos da ação.
A educação para o ambiente é um processo que resulta na mudança de atitudes que devem se iniciar pela prática e se instalar de modo organizado e oficial na instituição de ensino, não apenas como parte do currículo.
Para tanto, cada um deve fazer a sua parte. A escola cria mecanismos de sustentabilidade ambiental e as Instituições de Ensino superior (IES) se responsabilizam por capacitar o professor como agente das mudanças de comportamento. Este, por sua vez, em sala de aula, assume esse papel.
Portanto, implantar uma Agenda 21, focalizada na realidade de cada escola, pode ser um passo para que o discurso da sustentabilidade se transforme em ação.

Marília Ferraz
Bióloga, Mestre em Engenharia das Ciências Ambientais; Doutoranda em Educação;membro do Cionselho diretor do Instituto Samuel Murgel Branco; Professora de Metodologia Científica nos Cursos de Pós-Graduação Lato Sensu das Faculdades SENAI.



FERRAZ, Marília. A escola e a sustentabilidade. Revista Aprendizagem. São Paulo, Melo,  ano 1, nº 1, julho/agosto,  2007.